terça-feira, 25 de maio de 2010


Desde que me considerei uma venerável mãe de família, arrumei a minha veia contestatária e rejeitei a febre de me manifestar contra o que ia contra os meus princípios.
Há três anos reformei-me, adoptei o meu pai que entretanto ficara órfão de minha santa mãezinha, retomei o meu velho hábito de reclamar.
Vou dando o meu palpite onde ainda é permitido fazê-lo, mas penso que não iremos a lado nenhum enquanto os nossos governantes não comecem a contar as cabeças que irão para a rua dizer que algo tem que ser feito, segundo eles o povo português não tem sangue nas veias e muito medo de ser visto contestando.
Em 2008, contra todas evidências, comunicavam que éramos os maiores da UE, por cá a crise não chegaria, até baixaram o IVA, depois deram o dito por não dito e a crise chegou ao país.
Em 2009 foi a tourada que se viu, somos um país de aficionados, os senhores mantiveram-se na sua e no governo, desmentem as evidências até limites que só num país do terceiro mundo algures no meio duma selva, onde não existissem meus de comunicação, seria possível.
No ano passado desloquei-me deliberadamente a uma manifestação nacional convocada contra as políticas do governo, quando cheguei ao M. Pombal senti-me defraudada, não era bem aquilo que eu estava à espera, aquilo era uma manifestação partidária e talvez por isso a participação popular muito reduzida.
Mas meus amigos, este ano irei de novo e a todas as manifestações de rua para mostrar o meu descontentamento contra tudo o que está ocorrendo neste belo país, só tenho pena que o meu velhote, com 88 anos e tenha dificuldade de locomoção, não me possa acompanhar, era mais uma cabeça.
Penso que ainda será possível alterar-se pacificamente, só pelo número de cabeças a reagir, estas políticas que só nos arrastarão de barranco em barranco cada vez maior.
Abços.

quinta-feira, 13 de maio de 2010


Sou católica, como qualquer portuguesa da minha geração:
Em casa baptizaram-nos e a mãe e a avó desde pequenina ensinaram umas orações, como forma de protecção contra todas as maleitas.
Na escola e igreja fomos sendo progressivamente sendo iniciadas de acordo com os santos mandamentos (As tábuas entregues por Deus e que deveria reger toda a sua igreja).
Tudo o que aprendi serve para estabelecer as minhas prioridades, continuo a ser católica apenas por acreditar na mensagem de Cristo “amai-vos como vos amei”.
Ninguém que ama o seu semelhante vive rodeado da maior opulência, ignorando os que diariamente morrem à fome ao seu redor.
E das tabuinhas só se sabe que servem para impor aos outros, para os membros do clero e seus seguidores ainda devem existir as famosas “bulas”.
Acho ridículo todo o aparato e segurança que foi montado para defender o “santíssimo”, de quem?
Ou o aparato apenas serviu para uns quantos encherem mais os bolsos?

terça-feira, 4 de maio de 2010

1º Maio 2010


Quando digo que já não acredito em nenhum partido político em Portugal, é porque todos eles têm contribuído para a desmobilização do povo.
Ou se tem cartão do partido, ou familiar no mesmo e o futuro está garantido.
Depois temos os corruptos e os milhares há espera deles, muitos destes são militantes partidários da esquerda à direita, dos serviços centrais às autarquias.
Depois estamos nós os apartidários, os que nos consideramos sem preço e que tentámos dar o melhor aos nossos filhos. Falo por mim, tentei dar-lhe todas as condições para que pudessem fazer a escolha profissional de acordo com o seu perfil. Conquanto lhes tenha ensinado a respeitar o seu semelhante, se calhar aplanei em demasia o caminho, esqueci-me de lhes dizer que não era eterna que deveriam lutar pelos seus objectivos e que os deveriam ter.
Hoje quando vejo a ausência da juventude no 1º Maio, cuja maioria se tem trabalho é precário, fico deveras preocupada. Dias bem mais sombrios se aproximam, talvez ainda seja possível alertar os governantes que estamos mobilizados para não aceitar a canga que nos quem atarraxar, mobilização que sem a juventude não faz sentido.
E cá estou eu de novo a dizer “mea culpa, meã culpa”.