quarta-feira, 1 de setembro de 2010

ALIENADOS





NEM ÉTICA NEM...




Quando há dias questionei onde estava a "ÉTICA" no aproveitamento de situações que consideramos inadmissíveis, alguém disse o que movia os portugueses era a ganância.


Se calhar teremos de dar a "mão à palmatória" o que move a grande maioria é a ganância, depois com as armas legalmente obtidas nas alterações feitas ao código de trabalho e a inércia da nossa justiça, temos os pressupostos que originam situações como a dos empregados informados de despedimento por SMS.


Ficámos todos chocados, concordo, mas "on-line".


Este é o grande drama da sociedade actual, o conhecimento quase instantâneo do que está ocorrendo no mundo, ainda que isso não signifique a consciencialização dos dramas vividos.


Até o dono da dita empresa, pessoa muito sensível por sinal, tão sensível que enviou mensagem para o telemóvel, por não ter coragem de encarar os trabalhadores.


Isto é a justificação do senhor, mais uma vez ocultando-se das câmaras, os sentimentos daqueles trabalhadores que o ajudaram a construir o seu meio de subsistência, não valiam o sacrifício dos encarar e explicar o motivo do encerramento imprevisto.


Pior que as leis que sancionam tantos atropelos nas classes mais desfavorecidas, é a insensibilidade que aos poucos nos foi invandindo e fez com que nos limitemos a assistir a tantos atropelos como se de um filme se tratasse.


Desligámo-nos tanto da realidade que até acreditamos "só acontece aos outros", pobres seduzidos, hoje foram eles, amanhã serão os nossos vizinhos e amigos, canhando até já temos familiares sofrendo, mas como a nossa porta ainda está de pé, sentimo-nos seguros.


GIA

2 comentários:

  1. Gia,
    Oportuna, esta chamada de atenção, deveria fazer-nos pensar sobre nós próprios e o que nos rodeia de forma menos capciosa... porque, face a esta consciência, se impõe a pergunta: será que ainda mantemos a indispensável humildade que nos permite o reconhecimento solidário?
    Abraço :)

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  2. Cara Ana
    É hábito dizer-se que somos um povo generoso, também existem de facto muitas honrosas atitudes de voluntariado e aderência às grandes causas.
    Porém quando se presenteia com férias companheiros de jornada e no seu regresso são enviados para o desemprego por SMS, carta ou ainda por portão fechado, onde para a nossa solidariedade?
    Penso que ainda consigo ser solidária, para quem me está próximo sou mas, será que o serei assim tão desinteressadamente?
    Um abraço
    Gia

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